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O avanço da tecnologia tem trazido impactos significativos sobre diversas áreas da vida cotidiana. Muitos setores têm sido transformados ao longo dos últimos anos. Hospitalidade, notícias, fotografia, mobilidade urbana, pagamentos, etc. são algumas de muitas indústrias que foram completamente transformadas por esses avanços. 
Há quem diga que a indústria da saúde está entre as próximas a encarar esse processo transformador. E o movimento que consolida as principais tendências nessa direção é chamado de Saúde 5.0.

Certamente a pandemia da COVID-19 teve o papel de acelerar a chegada desse cenário. Mas uma transformação radical da indústria da saúde já era prevista e, até certo ponto, esperada por quem acompanha de perto o setor. 

Problemas como a demanda alta e crescente pelos produtos e serviços de saúde (em função do envelhecimento populacional), a escassez de recursos para fazer frente a uma assistência cada vez mais complexa e cara, além do cuidado absolutamente fragmentado, já apontavam na direção da necessidade de mudança.

O domínio da Saúde 5.0

Saúde 5.0 é sobre mais do que colocar o paciente no centro do cuidado. É dar a ele a informação necessária para que ele tome as melhores decisões sobre a própria saúde. É viabilizar seu acesso aos produtos e serviços de que ele necessita de forma rápida, conveniente, pessoal e custo-efetiva. É trazê-lo ao papel de protagonista de sua jornada de cuidados. 

Em vez de um sistema voltado à pronta resposta diante da necessidade de cuidados, um modelo de parceria de longo prazo, cujo foco central seja a manutenção da saúde e do bem-estar das pessoas, e o cuidado com a doença seja apenas um de muitos pontos de contato, numa jornada contínua, para a vida toda.

Autonomia e responsividade

Mas como viabilizar essa transformação? Como conciliar um sistema que, ao mesmo tempo, respeite a autonomia do cliente, mas também esteja permanentemente pronto para responder às necessidades deste cliente?

Tradicionalmente, as instituições e os profissionais de saúde detinham toda a informação e tomavam as decisões em lugar do paciente, do planejamento à prescrição do cuidado. Ao paciente, restava a decisão de obedecer ou não. É claro que, mesmo antes dos ventos da mudança que hoje sopram na Saúde, já temos vivido uma época diferente desta: muitos profissionais procuram engajar os pacientes em seus tratamentos, auxiliando-os no entendimento de suas opções e trabalhando de forma colaborativa em busca de saúde e qualidade de vida.

Os progressos da tecnologia, porém, levam as questões de autonomia do paciente e responsividade do sistema a um outro nível diferente.

O que podemos esperar do futuro?

As informações relativas à nossa saúde serão finalmente integradas em plataformas que percorram todos os campos da vida – da saúde ao lazer, dos relacionamentos aos tratamentos médicos.

Assim como os algoritmos motores de busca e dos grandes varejistas hoje sabem prever um comportamento de propensão à compra, será possível associar dados para predizer se e quando uma pessoa adoecerá e, talvez, antecipar medidas que possam resolver, amenizar ou abreviar a experiência. 

Dispositivos vestíveis (wearables) informarão em tempo real uma grande quantidade de dados, que permitirá confrontar tais predições com a evolução real das condições de saúde do individuo. 

Esses dispositivos poderão até oferecer recomendações (cientificamente comprovadas) de mudança de hábitos de vida, com base no monitoramento de informações vitais e de níveis de atividade, horas de sono, etc. 

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À medida que uma ou mais dessas transformações se torna realidade, é um passo a mais que damos rumo a essa transformação radical da indústria da saúde. O que todos precisamos ter como foco é a garantia de que são mudanças para melhor – para tornar o cuidado mais acessível, humano e efetivo.

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